Caminho dos Goyazes | Trilha de Longo Curso da Serra Dourada à Chapada dos Veadeiros | Trecho DF
PROJETO BÁSICO
- Trilhas de Longo Curso
- Trilhas no Brasil
- Distrito Federal-DF
- Diretrizes
- Fórum e Consulta Pública
- Interessados
- Grupo de Trabalho
Trilhas de Longo Curso
As Trilhas de Longo Curso visam estimular e contato com a natureza; a visitação e o sentimento de pertencimento entre as pessoas, as comunidades e o meio ambiente; a valorização e a conexão de unidades de conservação, áreas protegidas e paisagens; a preservação ou recuperação do ambiente e da biodiversidade; assim como fomentar a valorização da história e das culturas locais e a geração de emprego e renda num contexto de desenvolvimento local e regional sustentável.
Entende-se que trilhas de longo curso também funcionam como grandes indutores da formação de corredores ecológicos, possibilitando o fluxo genético de fauna e flora.
Caminhada de Longo Curso (Dois ou mais dias) – Percorrer, a pé, trilha em ambiente natural com diferentes graus de dificuldade em termos de esforço, condições climáticas, terreno e orientação. Excede o tempo de um dia de viagem e envolve o pernoite, ao longo do caminho, em condições diversas, desde acampamentos improvisados ou com pouca estrutura, abrigos, fazendas, albergues e pousadas, dentre outros.
Numa Caminhada de Longo Curso a organização é mais complexa. Requer: avaliação cuidadosa dos aspectos ambientais e climáticos; definição coletiva sobre equipamentos e suprimentos; a avaliação do grau de dificuldade da trilha e aptidão dos participantes; levantamento de custos; e compartilhamento de funções na preparação e na condução da trilha. Reuniões de planejamento são importantes para o controle de todas essas variáveis e a integração do grupo.
Trilhas no Mundo
Atualmente existem mais de 5.000 trilhas de longo curso no mundo. Na Europa, existem 12 trilhas transeuropeias. Os Estados Unidos, onde as Trilhas de Longo curso são referências para os demais países, possuem um Sistema Americano de Trilhas e dois grandes exemplos: a Appalachian Trail, com 3.600 km e a Pacific Crest Trail, com 4.270 km.
Trilhas no Brasil
O Brasil possui uma paisagem muito diversa em cenários e locais atrativos para caminhadas e cicloturismo, sendo provido de trilhas regionais isoladas de curtas e médias distâncias, mas têm-se poucas trilhas de longo curso implementadas, razão pela qual, o Ministério do Meio Ambiente criou em 2017: o Projeto Conectividade de Paisagens. O projeto brasileiro, com coordenação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, visa criar um Sistema Nacional de Trilhas de Longo Curso, no contexto do Programa Conectividade de Paisagens – Corredores Ecológicos, em atendimento à demanda instituída por portaria do Ministério do Meio Ambiente.
Aproveitando os trechos já estruturados em vários pontos do país, contando com a participação de diversos setores da sociedade, o sistema deve incorporar vários percursos/caminhos já em implementação ou em planejamento. Um deles é a grande Trilha do Oiapoque ao Chuí. O percurso, que deve acontecer de forma regional e espontânea, trabalhando traçados em torno de características locais, sem perder a atenção com a identidade do traçado maior. Os diferentes grupos e o diálogo entre eles contribuem para a construção e ampliação do apoio à conservação dessas áreas, como foi apontado por Nelson Briigger, da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada. Michel Bregolin, professor de turismo da Universidade de Caxias do Sul, também aponta a importância da capacitação e mobilização regional como ferramenta para criação de “novas possibilidades de oferta de serviços para os visitantes, principalmente trabalhando com o turismo de base comunitária”.
Em 1997, a Trilha Transcarioca se tornou projeto da Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro. Este grande exemplo brasileiro contou com mais de 1.000 voluntários, mais de 10.000 horas de trabalho. Em 2015, a trilha interligou seis Unidades de Conservação de proteção integral. São 180 km, saindo da Barra de Guaratiba até o Morro da Urca, aos pés do Pão de Açúcar. Em dezembro de 2017, a Transcarioca se tornou membro da World Trails Network, rede mundial que busca conectar trilhas do mundo e promover uma colaboração global. A transcarioca é a primeira da América do Sul a fazer parte dessa rede.
O Brasil possui alguns exemplos de trilhas regionais. Em 1999, foi realizada a sinalização dos 60 km na Floresta da Tijuca. Outros eixos já possuem trabalhos em andamento ou já finalizados. Em 2012 e 2013, foram realizados os Seminários Internacionais de Trilhas de Longo Curso, pelo ICMBio. Também, em 2013, foi realizada a primeira reunião técnica para implementação da Trilha Transmantiqueira. Em junho de 2016, o Ministério do Meio Ambiente deu início ao Programa Conectividade de Paisagens – Corredores Ecológicos, que conta com a participação do ICMBio no Comitê e Grupo Técnico. Em 2017, o ICMBio capacitou cerca de 300 pessoas, entre servidores e parceiros, com oficinas e cursos no Brasil e no exterior.
Projeto Nacional
O projeto nacional de trilhas de longo curso definiu quatro eixos regionais: 1. Caminho dos Goyazes, com mais de 500 km entre a Serra Dourada próximo à Cidae de Goiás e a Chapada dos Veadeiros, passando pelo Distrito Federal; 2. Travessia Peabiru, do Parque Nacional do Iguaçu ao litoral paranaense; 3. Estrada Real, que deve possuir uma trilha em paralelo à estrada já existente; e 4. Oiapoque – Chuí, que pretende unir o país de Norte a Sul, com a conexão das várias trilhas regionais.
Conforme definição do ICMBio, para os quatro eixos regionais, os caminhos serão implementados de sul ao norte, considerando o objetivo de desenho dos traçados maiores com a perspectiva de coleção de paisagens e começando pelas unidades de conservação, com a expectativa de movimento natural de pressão dos caminhantes para a conexão dos trechos implementados e sinalizadas. Para as propriedades e comunidades, ao longo do caminho, surgem oportunidades de geração de emprego e renda e o desafio da preservação, oferecendo serviços e atratividade para visitantes.
Um dos cuidados iniciais é com a Sinalização. A pegada amarela sob uma base preta, ou o contrário para indicar o sentido oposto, foi escolhida como a sinalização padrão. Tanto no sentido de facilitar a orientação do caminhante, como para melhor caracterizar a rede nacional e personalização de cada caminho regional com sua própria identidade. Assim, demonstra-se que as trilhas fazem parte de um sistema maior que contribui para a conservação da natureza.
Os aspectos culturais e históricos representam outro interesse estratégico dos caminhos, com o objetivo de valorizar a história local, resgatar o modo de vida, o modo de viajar e as formas de relacionamento das pessoas com o ambiente. Nesse contexto também é ressaltada a importância do mapeamento dos atrativos naturais, inspirando os visitantes e fortalecendo a identidade local no caminho da preservação.
A participação da sociedade nesse processo é de suma importância, desde a compreensão dos interesses envolvidos até a ideia de pertencimento e participação no processo de concepção e implementação. Pensando nisso, o ICMBio, dando início ao processo de construção do Caminho dos Goyazes, realizou, em Outubro de 2017, em Brasília, reunião com representantes dos Governos de Goiás e do Distrito Federal-DF, diferentes segmentos da sociedade civil e interessados. Na ocasião, o sistema de trilhas foi apresentado e os participantes convidados a integrarem a gestão e construção do Caminho, conforme os trechos de interesse, separados em Grupos de Trabalho – GTs. O percurso foi dividido nos seguintes GTs: Cavalcante e Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros; da Chapada ao Distrito Federal-DF; ligação do DF a Corumbá-GO; e de Corumbá-GO à Cidade de Goiás (Caminho de Cora Coralina).
Distrito Federal
O Distrito Federal – DF é uma das 27 Unidades da Federação, atípica por não ser Estado e não se subdividir em municípios. Abriga a Capital Federal, Brasília. Possui um território de 5.787,784 km² e população de quase 3.000.000 de habitantes (Estimativa para 2017), predominantemente urbana (96,6%).
Localiza-se na região do Planalto Central, Centro-Oeste do País. O relevo é predominantemente plano com ondulações suaves e o cerrado é a vegetação característica, com a presença de várias das suas diferentes fitofisionomias. O clima se caracteriza por uma estação chuvosa e outra seca. Em termos hidrográficos o DF possui nascentes de três Bacias brasileiras – Bacia do Tocantins/Araguaia (Rio Maranhão afluente do Rio Tocantins), Bacia Rio São Francisco e Bacia do Rio do Prata (rios São Bartolomeu e Descoberto tributários do Rio Paraná), o que favorece em muito em biodiversidade.
As principais atividades econômicas são a Administração Pública e o setor de serviços. Apresenta agropecuária diversificada e um setor turismo associado aos aspectos cívico e seu valor arquitetônico.O DF está entre as unidades da federação com mais ampla rede de proteção ambiental conforme suas mais de 100 Unidades de Conservação-UCs públicas. Sendo que 94 UCs são administradas pelo Instituto Brasília Ambiental (IBRAM-DF), ricos em fauna e flora nativa do Cerrado, locais que favorecem a trilhas para caminhadas ecológica, prática de esporte, educação ambiental, pesquisa, eventos culturais e sociais. Esse complexo de UCs, concede à capital brasileira o título de cidade com maior área verde por habitante.
Diretrizes
O Grupo de Trabalho Caminhos do Planalto Central (DF), responsável pela coordenação específica da implementação da trilha regional que deve se integrar ao caminho dos Goyazes, definiu como diretrizes do projeto:
- a integração e conexão de Unidades de Conservação e RPPN’s;
- a indução de Corredores Ecológicos;
- a atenção aos aspectos de segurança, identificação de serviços, infraestrutura e condições de acesso;
- a modalidade multimodal não-motorizado;
- a valorização dos aspectos históricos e tradições culturais, como festejos regionais, bem como dos atrativos naturais;
- o turismo solidário, com inclusão social e geração de emprego e renda;
- a definição de de eixo principal e inclusão de variantes e ramificações;
- e o princípio da cooperação, com processo participativo no planejamento, processo decisório e implementação do caminho.
Sinalização
Considerar os padrões adotados pelo caminho dos Goyázes: Símbologia local dentro de uma pegada. Pegada amarela no sentido oeste-norte e pegada preta no fundo amarelo para o sentido norte-oeste.
Fórum
Realização do I Fórum Caminho dos Goyazes (Trecho DF), convidando interessados na construção do Caminho, visando ampliar as expectativas e olhares a respeito do caminho dos Goyazes e proporcionar a participação da sociedade, de forma a ampliar o comprometimento e a cooperação em relação ao projeto.
Informações sobre o evento:
I FÓRUM CAMINHOS DOS GOYAZES (TRECHO DF)
Trilha de Longo Curso da Serra Dourada à Chapada dos Veadeiros
09/06/2018 – 14 às 19h
Local: Auditório do Instituto de Biologia – UnB – Campus Darcy Ribeiro
Inscrições: https://goo.gl/forms/SwdkvPvmTl1P7Qz62
Informações: www.rebasdocerrado.com.br
Fone: (61) 99995-5455 (João Carlos Machado – líder do GT)
Objetivos
- Mobilização e integração das partes interessadas, movimentos e grupos de usuários, setores econômicos, órgão governamentais, movimento ambientalista;
- Construção da Trilha: afunilamento do desenho inicial do Caminho, identificação de variantes e ramificações, servidão (direito de passagem), mapeamento de atrativos.
- Serviços da Trilha: mapeamento de serviços aos caminhantes; calendário cultural; parcerias para implementação do “Passaporte de visitação e caminhadas em Unidades de Conservação do DF e Caminhos do Planalto Central”.
- Criação de uma rede articulada aos movimentos e interessados na implementação das “Trilhas do Planalto Central”.
Metodologia
Para a realização do encontro será utilizada a metodologia World Café com os seguintes temas a serem trabalhados:
Roteiro (Percurso) |
Por onde deve passar a trilha? Idéias para o percurso principal e identificação de variantes. |
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Serviços para Caminhantes |
Soluções de ecoturismo – para hospedagem, alimentação, lazer e comércio. Mapeamento de pontos de interesse. |
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Serviços de Logística |
Serviços de apoio tais como: agências de turismo, guias, transporte de pessoas e mochilas, aluguel de equipamentos, oficinas de bicicleta. |
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Acessibilidade |
Acesso facilitado, acessibilidade para deficientes. O que é acessibilidade, como pensamos e definimos. |
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Atratividade histórica e cultural |
Identificação de pontos de interesse histórico, festas tradicionais, eventos locais, competições esportivas. |
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Atratividade natural |
Identificação dos atrativos naturais e outros fatores de interesse relacionados ao ambiente natural. |
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Segurança e Emergências |
Soluções e serviços de segurança e emergência. Sistema de informações. Rotas e pontos de apoio e resgate. |
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Rede de parceiros |
Solução para sustentabilidade de longo prazo. Quem e como participar e organizar essa rede |
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Informação e Comunicação |
Sistema de Informações, publicações, redes sociais, aplicativos. |
Objetivos
Horário |
Atividade |
Metodologia |
Responsável |
Material |
14:00 |
Boas vindas |
Apresentação dos moderadores e da agenda do dia |
moderadores |
Slides com cronograma |
data show |
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tarjetas já preenchidas |
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flipchart e folhas |
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14:15 |
Apresentação dos participantes |
Pessoas em duplas se apresentam |
moderadores |
igual à etapa 1 |
Duas duplas se juntam e conversam e criam nome para o quarteto |
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14:45 |
Apresentação: De onde viemos e para onde vamos. |
Exposição |
Pedro Menezes |
palestra |
João Carlos |
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15:30 |
Por Onde Vamos? |
café mundial – responder às perguntas: O que precisamos e o que podemos oferecer? |
moderadores |
igual à etapa 1 |
1a rodada |
||||
16:00 |
intervalo |
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16:15 |
Por Onde Vamos? |
2a rodada |
moderadores |
igual à etapa 1 |
16:25 |
3a rodada em diante, 5 minutos para cada rodada |
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17:30 |
Priorização |
Pontuação por cores diferentes |
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17:50 |
Compromisso |
participantes se voluntariam escrevendo seu nome e o que pode oferecer dentro de post-its |
igual à etapa 1 |
Grupo de Trabalho
Integram inicialmente o Grupo de Trabalho Caminhos do Planalto Central (Trecho DF) as pessoas abaixo. No entanto, sugerimos considerar a proposta de institucionalização junto aos do mesmo, junto aos órgãos e demais partes interessadas.
Eduardo Barroso – ICMBIO – APA Planalto Central
João Carlos Machado – GCB
João Fernandes – IPAM
Laura Macedo – GCB
Márcio Bitencourt – Rebas do Cerrado
Mariana F. dos Anjos – GEAUC/IBRAM
Marília Rodrigues – AEP
Maicon Braúna – Oca do Sol
Pedro Braga Netto – COUNI/IBRAM
Renato Prado – COUNI/IBRAM
Suely dos Santos – GCB e COTI
Referências bibliografia
Associação O Eco. O montanhista pioneiro e a maior trilha do Brasil. In: WikiParques. Disponível em: <www.wikiparques.org/o-montanhista-pioneiro-e-a-maior-trilha-do-brasil/>. Acesso em: 24 abr. 2018.
DISTRITO Federal (Brasil). Instituto Brasília Ambiental e dos Recursos Hídricos. Guia de Unidade de Conservação do Distrito Federal. Brasília: Ibram, 2014. 33 p. Disponível em: <www.ibram.df.gov.br/images/Guia%20de%20Unidades%20de%20Conserva%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2018.
DISTRITO Federal (Brasil). Instituto Brasília Ambiental e dos Recursos Hídricos. Mapa Ambiental do Distrito Federal : Ano 2014. Brasília: Ibram, 2014. Disponível em: <www.ibram.df.gov.br/pdfs/institucional/Mapa%20Ambiental%202014.pdf>. Acesso: 14/04/2018.
DISTRITO Federal (Brasil). In: Wikipédia: a enciclopédia livre. Disponível em: <pt.wikipedia.org/wiki/Distrito_Federal_(Brasil)>. Acesso em: 24 abr. 2018.
Grupo de Caminhadas Brasília (GCB). Organização de Caminhadas do Grupo de Caminhadas Brasília. [Documentos de Referência disponíveis no facebook].
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