O trekking, uma metáfora para a vida
Quero que você veja este post como uma conversa descontraída de bar, como se estivéssemos na quinta rodada de chopp e que o assunto fosse a prática do trekking. Sinto a obrigação de avisar que talvez este papo tome um rumo filosófico demais, mas acredito profundamente no que vou dizer. Então, puxe uma cadeira e sente-se.
Sim, parece estranho, mas vejo o trekking como uma perfeita metáfora para a vida. Sempre senti que esta atividade possui uma relação muito forte com a maneira na qual lidamos com a nossa existência. Vou explicar melhor.
Acho impressionante como a prática da caminhada ao ar livre se assemelha a toda uma trajetória de vida. No trekking, encontramos dificuldades, alegrias, momentos difíceis, realizações, medo, descobrimos nossos limites, estimulamos a autoconfiança e planejamos alguns passos. E na vida também é assim. E vai além: caímos, levantamos, encontramos pedras, percorremos caminhos altos e baixos, nos distanciamos de pessoas, nos perdemos, nos encontramos, andamos sozinhos, andamos acompanhados, fazemos amigos, ganhamos desafetos e sempre estamos buscamos o ponto mais alto: a nossa realização pessoal.
Além disso, enxergo que o trekking seja uma verdadeira escola que tem um papel muito forte na construção de alguns valores, como solidariedade, companheirismo, consciência ecológica e diversos outros. Há quem possa dizer que tudo isso é bobagem, que o trekking não passa apenas de uma atividade ao ar livre. Nada além disso. Mas, em minha opinião, o trekking ajuda no processo de construção de identidade, como por exemplo, ter uma visão menos materialista do mundo, mas é certo dizer que não possui nenhuma garantia de mudança. Ele dá a oportunidade, mas vai de pessoa para pessoa.
“Como numa trilha, o ser humano caminha pela vida sempre em fila indiana. Carrega em sua jornada duas mochilas, um mochilão nas costas e uma pequena mochila na frente. Na das costas, carrega seus defeitos e dificuldades. Na da frente, leva suas virtudes e qualidades — e mantém seus olhos atentos a ela. Sendo assim, carrega suas virtudes bem próximo ao peito, enquanto observa os defeitos e dificuldades do outro à frente, sem se dar conta que aquele que vem atrás pensa o mesmo dele.” Autor desconhecido.
Fonte: Seu Mochilão | Rafael Kosoniscs
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