A diferença entre um viajante e um mochileiro
Em um dos grupos que participo no Facebook voltados para mochileiros, muito se discute sobre o que é ser ou não “mochileiro”.
Não que seu seja entendida do assunto, muito menos quero causar polêmica, mas quero colocar aqui algumas das características que te faz ser um viajante ou um mochileiro.
As diferenças entre um viajante e um mochileiro
Para começar, os dois são turistas. Isso quem afirma são os locais. É de fora, é turista!
Aproveitar as férias e os feriados para fugir do agito da sua cidade, ou para curtir um visual diferente, ou conhecer uma nova cultura… Viajar é o princípio dos dois, ou seja, os fins são os mesmos, mas o que difere os dois são os meios, mesmo que acabem compartilhando algumas poucas coisas.
Os meios de um viajante
Muitas pessoas que viajam não querem passar raiva e perrengue, por isso preferem arrumar tudo por pacote.
Pagar um só prestador de serviço por tudo o que ele precisará na viagem também é a melhor coisa: passagens, traslados, passeios, hospedagem… Tudo isso pagando apenas para CVC, Decolar ouAgarre.com. E se der qualquer problema? Também resolverá pela empresa que vendeu a viagem.
Na maioria das vezes, o viajante prefere um hotel mais confortável, próximo às praias e pontos de interesse, com a vista mais linda, afinal ele trabalhou o ano inteiro e quer desfrutar do melhor nas suas férias.
Andar de ônibus público não faz muito o estilo do viajante. Metrô é até de se pensar, mas táxis e carros alugados são mais fáceis. Lembre-se, ele não quer perrengue. Quer descansar e desfrutar suas férias.
Sua alimentação é nos restaurantes indicados em sites de viagens. Ele quer comer bem. Vai optar pelo mais em conta dos mais populares, mas cozinhar está fora de cogitação. “Estou de férias”.
Dos passeios faz o que tiver para fazer e o que seu dinheiro puder pagar. Sobrevoar as Cataratas do Iguaçu de helicóptero? Claro! Chegar a Machu Picchu de trem? Lógico!
Depois de viver tudo isso, ele volta para casa com a sensação maravilhosa de ter viajado e cheio de histórias para contar.
Os meios de um mochileiro
A maioria das pessoas que viajam com uma mochila nas costas busca economia, desafios e aventura.
Pacote é algo fora de cogitação, a não ser que vá sair bem mais barato que fazer por conta. Mas mesmo assim, vai faltar aquele desafio de se virar sozinho.
Se ele tiver viajando com tempo curto, vai de avião. Mas se a distância é viável e ele tá com tempo mais livre, com certeza vai de ônibus. Em muitos casos, vai procurar carona, afinal ele precisa economizar.
Sua hospedagem é a mais barata possível. Hostels com quartos compartilhados e campings são sua morada durante a viagem, mas recorre também ao couchsurfing, que é dormir na casa de um local sem precisar pagar diária.
Andar de ônibus público e metrô é certeza. Se for pegar táxi e carro alugado é porque vai dividir a conta com alguém, mesmo que seja com outros mochileiros desconhecidos. Isso é economia!
Sua alimentação é preparada por si próprio na cozinha compartilhada do hostel ou nos restaurantes mais baratos, menos populares possíveis. Tudo indicado pelos locais. Ele se dá ao luxo de comer em um restaurante pop, mas vai ser uma vez para provar e olhe lá.
Durante os passeios a economia diminui um pouco, mas sem exageros. Afinal, ele viajou pra viver esse momento. Sobrevoar as Cataratas do Iguaçu de helicóptero? Não. Acho que não! Chegar a Machu Picchu de trem? Se tiver sem tempo, mas seu negócio vai ser chegar lá por caminhos alternativos. Mas topa pagar mais caro se for pela Trilha Inca, afinal isso é um desafio cheio de aventura!
Depois de viver tudo isso, ele volta para casa com a sensação maravilhosa de ter viajado e cheio de histórias para contar.
Nenhum deles é mais legal, mais cool, mais certo que o outro. São pessoas diferentes. E viva a diferença!
Se todos fossem iguais, as empresas que vendem pacotes não poderiam dar conta ou ninguém iria achar vaga ao lado de um caminheiro gentil na estrada.
A experiência de viajar é a que vale. Como você vai fazer isso, depende do seu estilo. E não se sinta com medo de misturar os dois.
Eu mesma comecei apenas como uma viajante independente, que pegava ônibus público e subia as escadas do hostel com mala de rodinha depois de pesquisar tudo pela internet. E quem vai me dizer que eu estava errada? Hoje sou mochileira, mas ninguém nasce assim.
Se você tiver alguma coisa a acrescentar, comenta aí!
Fonte: Uma Sul Americana
Por Aline Rodrigues
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