Os amantes da natureza vão festejar as montanhas e as trilhas. Os fãs de história vão contemplar os casarões construídos no período colonial, as igrejas góticas e as velhas pontes. Já os fiéis vão colocar o corpo à prova em uma jornada espiritual para agradecer uma graça alcançada. Tudo isso espera os peregrinos no Caminho de Cora Coralina ao longo de pouco mais de 300 quilômetros, passando por oito cidades, muitas delas da região turística do ouro e do cristal.
A rota, muito usada nas expedições dos bandeirantes há centenas de anos, poderá ser cumprida a pé, numa caminhada de cerca de uma semana – em uma média de 44 quilômetros por dia num ritmo bom. O percurso também pode ser feito de bicicleta, a cavalo e em poucos trechos de carro. Motocicleta é proibida para não estragar o caminho. O percurso tem início em Corumbá de Goiás e termina na Igreja do Rosário, na cidade de Goiás, a poucos metros do Museu de Cora.
Cada trecho da peregrinação – 12 ao todo – representará uma mistura de sentimentos aos viajantes. Quem busca um contato maior com a natureza passará por lindas cachoeiras, córregos, por dentro de fazendas e áreas naturais, como o Parque Estadual dos Pireneus, em Cocalzinho, e o Sítio Arqueológico de São Januário, em Jaraguá. Já os fiéis passarão por 19 igrejas, como a Capela Nossa Senhora da Conceição, de 1828, e a Igreja do Rosário, construída em estilo neogótico, em 1734, na cidade de Goiás.
O Caminho foi batizado com o nome da poetisa porque os seus pais fizeram a viagem várias vezes de carro de boi para levar o sal para a região. Ao longo do trajeto, em vários pontos, foram instaladas 62 placas com poesias de Cora Coralina. “Queremos mostrar quanta poesia há em nossas terras, na exuberância de nossas paisagens, na possibilidade de contato íntimo com o natural e das nossas cultura e tradições”, conta o presidente da Goiás Turismo, Leandro Garcia.
O estudo da rota começou em 2014, mas passou um tempo parado por conta de modificações no percurso e inclusão de outras áreas. A demarcação teve início em agosto de 2017 e a sinalização foi feita em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e com moradores locais. O caminho passa ainda por últimos detalhes, mas a promessa da organização é que até o dia 20, data oficial do lançamento, tudo esteja concluído.
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